O número de segmentos industriais que registram falta de confiança em junho é o maior desde outubro de 2023
De modo geral, a confiança da indústria recuou em junho, quando analisada por porte, segmentos industriais e regiões geográficas, de acordo com os resultados setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, a confiança caiu na passagem de maio para junho. Já na região Sul, houve um avanço de 0,5 ponto no período, de 47,4 pontos para 47,9 pontos. Apesar disso, o índice de confiança na região ainda é o único abaixo da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança da falta de confiança. “Este pequeno avanço foi puxado apenas pelas expectativas positivas das indústrias do Sul para com elas mesmas nos próximos meses. Essa esperança está relacionada às iniciativas em prol da reconstrução do Rio Grande do Sul e toda ajuda recebida. Quando os empresários foram questionados sobre a situação atual da própria empresa e da economia do país, os indicadores apresentaram uma avaliação ainda mais negativa do que no mês anterior”, explica Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.
Por setores industriais, a confiança da indústria caiu em 19 de 29 setores. Seis setores passaram de confiantes para um estado sem confiança: produtos de metal (49,8 pontos); vestuário e acessórios (49,5 pontos); metalurgia (48,4 pontos); celulose e papel (49,4 pontos); máquinas e equipamentos (48,6 pontos); e biocombustíveis (48,6 pontos). No balanço de junho, entre os 29 setores, 17 apresentaram confiança, 11 registraram falta de confiança e um setor mostrou neutralidade – sem confiança, nem falta dela. O número de segmentos industriais que demonstraram falta de confiança em junho é o maior desde outubro de 2023, quando 14 setores registraram falta de confiança.
A confiança caiu nas grandes indústrias em junho, de 53,5 pontos para 52,5 pontos. Nas médias empresas houve avanço de 51 pontos para 51,5 pontos, e nas pequenas indústrias o índice ficou praticamente estável, variando de 49,9 pontos para 49,7 pontos de maio para junho. Apesar das pequenas indústrias registrarem índice de confiança abaixo da linha divisória de 50 pontos, o indicador está perto dessa linha e mostra que é uma falta de confiança pouco disseminada. Para essa pesquisa, foram consultadas 1.843 indústrias brasileiras de todos os portes, entre os dias 1º e 12 de junho.