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Políticas públicas precisam avançar para expandir mobilidade sustentável

Indústria nacional tem potencial para ser protagonista, mas a inovação tecnológica e maior adesão dependem de incentivos, dizem especialistas em evento da Fiesc em Jaraguá do Sul Evento reuniu executivos da Tupy, Weg e Electra em painel sobre mobilidade Assumir uma posição de protagonismo mundial na mobilidade sustentável é um caminho possível para o Brasil. Mas para isso, o país precisa pensar em políticas públicas e financiamento para ampliar o desenvolvimento de soluções tecnológicas e incentivar a adesão a produtos e projetos mais sustentáveis, com foco na descarbonização. A avaliação é dos especialistas que participaram da terceira etapa da jornada Radar Reinvenção, que ocorreu na quinta-feira (4) em Jaraguá do Sul. Atualmente, o país já tem soluções prontas e viáveis para reduzir significativamente a pegada de carbono e tornar a mobilidade – seja ela de pessoas ou de cargas – mais sustentável. Para o diretor de inovação e competitividade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), José Eduardo Fiates, precisamos avançar onde temos vantagens competitivas. “A energia e a sustentabilidade, onde temos escala, tamanho e desafios a serem enfrentados, precisam estar no foco da atenção e das políticas públicas”, destacou. O diretor de pesquisa da Tupy, André Ferrarese, salientou que o país pode aproveitar sua matriz energética e seu potencial para liderar projetos de transição energética. Ele destaca que neste período de transição, a adoção de tecnologias já existentes e combustíveis fósseis de menor intensidade de carbono e os blends (ou mistura de combustíveis) já contribuem para a redução das emissões da frota de veículos. Combinados com uso dos biocombustíveis – área em que o Brasil tem expertise – é possível fazer grandes mudanças sem a necessidade de grandes revoluções tecnológicas. Para o diretor de e-Mobility da Weg, Valter Luiz Knihs, a eletrificação de veículos e máquinas e equipamentos agrícolas é uma alternativa rápida e viável, já que a tecnologia já existe. “As soluções elétricas são as mais eficientes, já que aproveitam 95% da energia que produzem. E nesse período de transição, ainda vai haver espaço para outros combustíveis”, destacou. Segundo a diretora executiva da Eletra, Iêda Maria Oliveira, é necessário ampliar as políticas públicas de incentivo à adoção dessas tecnologias já existentes e capazes de trazer reduções significativas nas emissões. “A solução é a combinação de tecnologias, dando ao consumidor a opção de escolher o que mais se adapta a sua necessidade”, afirmou. Favorecer a indústria nacional, de forma a evitar a desindustrialização do setor, também deveria ser foco dessas políticas, na avaliação da executiva. Para os especialistas, a substituição de motores da frota atual, especialmente nos veículos pesados, seria uma solução viável para o período da transição energética. Mas para isso, seriam necessários incentivos, uma vez que para os novos veículos já existem iniciativas.

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Biogenesis Bagó inaugura indústria veterinária em Campo Largo

Unidade da empresa argentina será a maior indústria do segmento da América Latina A capacidade de produção anual da nova fábrica será de mais de 10 milhões de doses de vacinas Parceira do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para o fornecimento de vacina antirrábica veterinária, a empresa argentina Biogenesis Bagó inaugurou, nesta quinta-feira (4), com a presença do governador em exercício Darci Piana, a sua primeira operação no Brasil, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. Com investimento de R$ 100 milhões, a nova fábrica deve gerar 300 empregos diretos e indiretos. A fábrica de Campo Largo será especializada no desenvolvimento e produção de soluções para saúde animal de múltiplas espécies, principalmente no segmento de animais de companhia e animais de produção. A capacidade de produção anual da nova fábrica será de mais de 10 milhões de doses de vacinas, o que posiciona a Biogenesis Bagó como a primeira empresa da América Latina em capacidade de produção para animais de companhia e um dos dez maiores players em saúde animal do mundo. Inicialmente, a fábrica terá como foco a produção de três vacinas para animais de companhia: a tríplice felina e a quíntupla/sêxtupla com e sem leptospira. Além disso, está prevista a fabricação de outras três vacinas para animais de produção, além de outras soluções biotecnológicas. Com área total construída de 4 mil metros quadrados, a fábrica também será um centro tecnológico de produção, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, além de servir como distribuidor logístico para a região. A empresa contará com uma fábrica com mais alta tecnologia para produção de comprimidos mastigáveis e vacinas vivas atenuadas da América Latina. Com este novo polo produtivo no Brasil, a Biogenesis Bagó amplia sua presença industrial, unindo-se a projetos na Arábia Saudita, China e Coreia do Sul. Marcelo Bulman, Country Manager da empresa no Brasil, destacou que este portfólio permitirá à Biogenesis Bagó expandir-se para novos mercados a partir do Paraná e consolidar-se como um player integral na saúde animal. “Este investimento nos permitirá ampliar nossa capacidade de produção e fortalecer nosso portfólio completo de animais de companhia e de produção. Também nos dará a oportunidade de alcançar novos mercados, levando a presença da Biogenesis Bagó para todos os cantos do mundo direto do Paraná”, salientou. O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, lembrou que o instituto é parceiro da Biogenesis Bagó há quase quatro anos e a cooperação entre as instituições reforçou o fornecimento da vacina antirrábica veterinária para as campanhas de imunização contra a raiva animal do Ministério da Saúde. “Consolidamos o Paraná como um polo biotecnológico e como um estado com ações voltadas ao desenvolvimento tecnológico, com atividades que trazem melhorias da qualidade de vida da população paranaense e brasileira”, observou.

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Anfavea revê para baixo estimativa de produção

Queda das exportações e alta nas importações motivaram revisão O crescimento da produção foi revisto para baixo, de 6,1% para 4,9% Encerrada a primeira metade do ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), decidiu rever suas projeções para 2024, feitas no final do ano passado. A maior revisão foi nas exportações, que tinham expectativa de alta de 0,7%, mas agora têm projeção de recuo de 20,8%. Essa queda considerável nas exportações, somada à alta desenfreada nas importações, faz com que a produção deixe de crescer no mesmo ritmo do mercado interno. Assim, o crescimento da produção foi revisto para baixo, de 6,1% para 4,9%. Entre janeiro e junho 165,3 mil veículos deixaram o país, uma queda de 28,3% sobre o mesmo período de 2023. É o pior resultado desde 2009, excetuado 2020, auge da pandemia. A produção acumulada no primeiro semestre foi de 1,1 milhão de unidades, volume apenas 0,5% superior ao do ano passado. “Se os emplacamentos de importados e as exportações do primeiro semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de 11%, o que dá uma dimensão do desafio que precisamos enfrentar”, compara Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. O setor de pesados tem motivos para festejar esta primeira etapa do ano. Caminhões fecharam o semestre com elevação de 36,5% na produção e 8% nas vendas, recuperando patamares normais já neste segundo ano de Proconve P8. Já os ônibus cresceram 53,8% em produção e caíram 21,8% em vendas. As feiras LatBus, em agosto, e Fenatran, em novembro, animam o setor e projetam um segundo semestre melhor em vendas, especialmente para ônibus. As vendas internas são por ora o indicador mais positivo do setor automotivo. Este foi o melhor junho desde 2019 em emplacamentos, e teve a maior média diária deste ano, com 10.715 unidades, volume bem próximo ao que se verificava antes da pandemia. No acumulado do ano, foram 1,1 milhão de veículos emplacados, uma significativa elevação de 14,4% sobre o primeiro semestre de 2023. Esse bom ritmo fez a Anfavea rever para cima as projeções de vendas no ano, de 6,1% para 10,9%, para um volume de 2,5 milhões de unidades. A questão é que boa parte desse crescimento vem sendo absorvida por veículos importados, em especial da China. Aumento desenfreado das importações No primeiro semestre o Brasil teve quase 200 mil emplacamentos de modelos importados, 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. Dessas 54,1 unidades a mais, os veículos de origem chinesa representaram 78% do total, com alta de 449% sobre o primeiro semestre de 2023. “Temos o imposto de importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do imposto de importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”, explica o presidente da Anfavea. Lima Leite também atacou a proposta de incluir automóveis e comerciais leves no imposto seletivo, dentro da reforma tributária. “Os contribuintes brasileiros já pagam impostos além da conta e não faz sentido pagar mais caro por um ar mais poluído. O imposto seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Ao adotar a medida, iremos na contramão, dificultando o acesso a modelos menos poluentes e mais seguros, e retardando de forma temerária e renovação da frota nacional”, reiterou.

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