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Queda geral média chegou a 37,3% na primeira semana da tragédia O impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre a economia nacional ainda não foi inteiramente mensurado As enchentes e enxurradas provocadas pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul a partir do fim de abril tiveram seu impacto negativo sobre a indústria gaúcha mensurado pela Receita estadual, que constatou uma queda de 15,6% nas vendas ao longo do mês de maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Segundo boletim sobre arrecadação e emissão de notas fiscais no período, os setores mais impactados foram insumos agropecuários, com retração de 39,1% em maio; metalmecânico, com queda de 24,4%; e de pneumáticos e borrachas, com baixa de 18,2%. O segmento de têxteis e vestuário, vendeu 17,2% menos, e o de madeira, cimento e vidro apresentou uma queda de 16,1%. “Apesar disso, todos os setores analisados já apresentam sinal de retomada após o momento mais crítico da crise meteorológica”, disse em nota o governo gaúcho. De acordo com os dados oficiais, o maior impacto econômico foi registrado na primeira semana do desastre climático, em que a queda geral média chegou a ser de 37,3%. O relatório sobre a atividade econômica gaúcha também detalhou os dados por região, com as maiores baixas verificadas na Fronteira Noroeste (-63,2%), no Alto do Jacuí (-28,6%), no Vale do Rio do Sinos (-26,2%), no Vale do Taquari (-26%) e no Vale do Caí (-25,9%). A Região Metropolitana de Porto Alegre teve índice negativo de 21,2% na comparação das vendas da indústria em maio de 2024 e 2023. No geral, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Rio Grande do Sul em maio foi R$ 640 milhões, 16,1% menor do que era projetado no início do ano. Segundo o governo gaúcho, 91% dos 278 mil estabelecimentos contribuintes do ICMS no estado estão situados em municípios em estado de calamidade pública ou em situação de emergência. Desses, 44 mil estabelecimentos (16% do total), responsáveis por 27% da arrecadação de ICMS, estão situados em áreas que foram inundadas. Impacto sobre o PIB O impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre a economia nacional ainda não foi inteiramente mensurado. O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o crescimento de 2,5% do PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano, destacando, contudo, que o cálculo não capta o impacto das chuvas e enchentes em território gaúcho. “Isso só vai aparecer quando tivermos as próprias pesquisas mensais referentes a esse período”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o estado com o quinto maior PIB do Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. A economia gaúcha produziu R$ 640,2 bilhões no ano passado, o equivalente a 5,9% do PIB nacional. Com ABR
Desastre climático faz vendas industriais caírem 15,6% em maio no RS Read More »
Em artigo, presidente do Sistema Fiep explica como a falta de investimento em infraestrutura pode comprometer a economia estadual “Com a reforma tributária haverá o fim da chamada guerra fiscal entre os estados. A partir daí, o que mais vai pesar na tomada de decisão de uma empresa sobre o local do seu investimento não será o incentivo fiscal que ela receberia, mas a condição geral que aquela localidade pode oferecer, em diversas áreas, para os seus negócios”, alerta Vasconcelos Quarto principal polo fabril do país, o Paraná vem observando ano a ano um crescimento expressivo de seu parque industrial, que tem potencial para se desenvolver ainda mais. Para que essa expectativa de permanente evolução se sustente em longo prazo, um fator é fundamental: os investimentos em infraestrutura e logística precisam acompanhar o crescimento do setor produtivo. Uma infraestrutura insuficiente e ineficiente representa, principalmente, custos mais altos e menor previsibilidade sobre o tempo de entrega das cargas. Esses são fatores que impactam de maneira direta na competitividade dos produtos paranaenses, especialmente para os exportadores, que em geral disputam mercados com concorrentes de várias partes do mundo e que, em geral, dispõem de melhores condições logísticas. Vemos hoje, nas cooperativas e na indústria paranaense em geral, as empresas cada vez mais investindo em tecnologia e processos para se tornarem mais produtivas. Temos, em nosso Estado, na agroindústria e em outros setores industriais, inúmeras companhias com previsão de simplesmente dobrar sua produção nos próximos anos. Se a infraestrutura de transportes não acompanhar essa evolução, corremos o sério risco de enfrentar um colapso logístico, o que pode frustrar toda a nossa expectativa de que o Paraná continue com um crescimento econômico consistente no futuro. Ao analisar os principais gargalos de infraestrutura nos modais rodoviários, ferroviários, aeroportuários e portuários do Paraná, a maior necessidade atual diz respeito ao aumento da capacidade e da eficiência de cada um desses modais, especialmente para acompanhar a demanda em constante crescimento do transporte de cargas nos corredores de exportação do Paraná. Nas rodovias, mesmo depois de duas décadas de uma concessão que se mostrou nociva e penosa para a sociedade paranaense, ainda temos boa parte do chamado Anel de Integração em pista simples, o que gera aumentos nos tempos e custos das viagens, além de riscos para a segurança dos motoristas. Nas ferrovias, da mesma forma, também precisamos de investimentos pesados para ampliar a malha, aumentar a capacidade de transporte, diminuir os tempos de viagem e, principalmente, reduzir os custos para quem transporta por esse modal. Hoje, somente 18% das cargas do Porto de Paranaguá são transportadas por ferrovias, o que é muito pouco na comparação com outros terminais do país e do exterior. E os portos, não somente o de Paranaguá, mas também os do norte de Santa Catarina, igualmente utilizados pela indústria paranaense, já estão em seu limite, próximos de um verdadeiro colapso. Quando vemos o Porto de Paranaguá anunciando novos recordes de carregamento, isso na verdade quer dizer que ele atingiu seu limite, já que muitos exportadores paranaenses têm buscado terminais em outros estados para despachar suas cargas. Então, é urgente que, além de novos investimentos no Porto de Paranaguá, sejam liberados investimentos em novos portos privados que já estão projetados para o litoral do Paraná. Nos aeroportos, tivemos recentemente uma concessão que prevê investimentos em Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu, mas é importante também que terminais de outros municípios sejam ampliados e melhorados. E, mais relevante do que tudo, é fundamental que o planejamento da infraestrutura logística do nosso Estado seja feito pensando na intermodalidade, em como esses diferentes modais se interligam e influenciam uns aos outros. Caso isso não aconteça com urgência, a falta de investimentos em infraestrutura pode resultar, em longo prazo, em dificuldades para a conquista de novos mercados, além de inibir a atração de novos empreendimentos produtivos para o Paraná, ou mesmo forçar a migração de negócios aqui instalados para outras regiões. Portanto, é fundamental que todos os atores envolvidos nesse processo entendam que, quanto maior a capacidade e a eficiência de nosso sistema de escoamento, mais mercados poderemos alcançar, o que se reverte em mais investimentos, empregos e renda para o nosso Estado e nosso país. Precisamos que as obras emergenciais sejam executadas o mais rapidamente possível. Mas, mais do que isso, entendemos que é preciso um planejamento sério e uma política de Estado consistente. A maior parte das intervenções na área da infraestrutura, por sua dimensão e complexidade, demora para ser executada. Então, é necessário um plano que supere o período de um ou dois mandatos de um governante e leve em conta as necessidades futuras do setor produtivo e da sociedade. Esse planejamento em longo prazo ganha ainda mais importância atualmente por um detalhe que nem sempre tem sido levado em consideração. Com a reforma tributária recém-aprovada e que agora está em regulamentação, haverá o fim da chamada guerra fiscal entre os estados. A partir daí, o que mais vai pesar na tomada de decisão de uma empresa sobre o local do seu investimento não será o incentivo fiscal que ela receberia, mas a condição geral que aquela localidade pode oferecer, em diversas áreas, para os seus negócios. Possuir uma infraestrutura adequada será um importante diferencial competitivo para o Estado que fizer a lição de casa, e os paranaenses esperam que o Paraná siga nesse caminho. *Presidente do Sistema Fiep
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