Indústria do Paraná tem o maior crescimento do país entre abril e março

O índice paranaense ficou bem acima da média nacional, que teve recuo de 0,5% O resultado alcançado pelo Paraná ficou bem acima dos índices de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul O Paraná registrou a maior alta do Brasil na produção industrial na comparação entre abril e março deste ano, registrando um aumento de 12,8%. O índice está acima da média nacional, que teve recuo de 0,5%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda colocação ficou com Pernambuco (12,2%) e a terceira, com Mato Grosso (4,4%). O índice paranaense ficou bem acima dos números dos outros dois estados do Sul. Santa Catarina registrou leve alta de 0,4%, bem similar ao registrado pelo Rio Grande do Sul, de 0,2%. Pará (-11,2), Bahia (5,4%), Goiás (-0,9%), Minas Gerais (-0,5) e a Região Nordeste (-0,1) foram as únicas regiões que tiveram recuos. Segundo o analista da pesquisa do IBGE, Bernardo Almeida, os índices do Paraná estão bem acima do registrado em fevereiro de 2020 (6,3%), no período pré-pandemia de Covid-19. “A alta é a mais intensa desde setembro de 2020, quando cresceu 13,5% em um momento de recuperação da indústria após os primeiros meses da pandemia de Covid-19, com afrouxamento do isolamento e do distanciamento social”, afirma o pesquisador. A PIM Regional também destaca que a produção industrial do Paraná no primeiro quadrimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado, acumula uma alta de 0,7%. Já na comparação entre abril deste ano e abril de 2023, o estado possui índices mais robustos, com aumento de 10,9%, sétimo lugar nacional entre os 18 estados pesquisados pelo IBGE.

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O Brasil está atrasado na inovação

O empresário Erasmo Carlos Battistella, que está à frente de empreendimentos na área de biocombustíveis, lastima a falta de recursos para pesquisa e desenvolvimento no Brasil, tanto do setor público quanto na iniciativa privada Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8, concedeu meia hora da sua agenda de trabalho para receber AMANHÃ. Enquanto se preparava, em Passo Fundo, para viajar para Riad, na Arábia Saudita, para participar da Conferência Especial sobre Colaboração Global, Crescimento e Energia para o Desenvolvimento 2024, promovido pelo Fórum Econômico Mundial, ele revelou o que espera da tramitação do projeto de lei do Combustível do Futuro. Se aprovado no Senado sem modificações, será possível recuperar cinco dos dez anos de defasagem na comparação com a Europa e com os Estados Unidos. Aos 46 anos, o empresário, que fica com a família quando não está atarefado com os negócios, adora um bom churrasco, chimarrão e jogar futebol. “Eu sou centroavante, gosto de fazer gol”, confidenciou sorrindo ao final desta entrevista. Nela, ele também alerta que faltam recursos para que o Brasil possa inovar mais e pare de perder mentes brilhantes para outros países. Confira. Como o senhor avalia o projeto de lei sobre o Combustível do Futuro que está sendo analisado pelo Congresso?Avalio como um projeto muito importante para a área das energias renováveis. Eu acredito que é um projeto estruturante que garante para o Brasil um futuro muito interessante nos próximos dez anos. Estávamos sedentos por um projeto dessa magnitude que possa organizar, digamos assim, esse universo dos biocombustíveis e das energias renováveis. O projeto dá um sinal de continuidade e crescimento para o etanol, que é o biocombustível brasileiro mais antigo e que tem uma relevância muito importante na matriz energética. Ele dá uma perspectiva de continuidade e aumento para o mercado biodiesel que é o etanol, o nosso biocombustível mais jovem, mas que tem tido uma relevância muito importante na descarbonização no setor do diesel. A lei introduz os novos biocombustíveis, que são os biocombustíveis avançados, dos quais eu tenho falado que o Brasil hoje, até aprovação desse projeto, está uma década defasado quando comparamos com a Europa e com os Estados Unidos, que é a introdução do SAF [Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível Sustentável de Aviação, feito com recursos mais sustentáveis, a exemplo de óleos usados de origem orgânica, como óleo de cozinha usado] e do HVO [Hydrotreated Vegetable Oil ou Óleo Vegetal Hidrotratado, o tipo de diesel verde ou diesel renovável mais produzido no mundo]. Além disso, a captura e a estocagem de carbono, que é outro tema muito relevante que está acontecendo no mundo, e sem sobra de dúvida, a possibilidade do Brasil produzir os que também vão beneficiar a transição energética. Em resumo, é um projeto estruturante, bem desenhado na base, muito discutido na Câmara e no nosso setor produtivo e que nós agora temos defendido, através das associações que nos representam, tanto etanol como diesel, que o projeto possa ser aprovado no Senado sem modificações, para que ele seja implementado o mais rápido possível. E como superar essa barreira da defasagem dos dez anos para recuperar o terreno perdido?O primeiro passo é fazer marco regulatório, partindo dessa lei do Combustível do Futuro. O Brasil tem um histórico excepcional na concepção e implantação de programas de biocombustível, já visto a história do etanol e do biodiesel. Se esse projeto for aprovado da forma como ele saiu da Câmara, já diminuímos essa distância em cinco anos. O que precisamos agora é que a iniciativa privada faça os investimentos. Mas para alcançar esse objetivo vai ser fundamental a aprovação dessa lei robusta para dar segurança jurídica e certamente vamos recuperar esse tempo perdido. Então há espaço no Brasil para termos um etanol competitivo. Poderá acontecer o mesmo com o querosene de aviação verde?O Brasil é o segundo maior produtor de etanol no mundo, apenas perdendo para os Estados Unidos, e ele se mostra muito competitivo, sim. Ele compete com a gasolina, mas temos aumentado o volume de produção e a tendência é que esse mercado cresça. Isso é importante para as commodities, pois se o mercado evolui, a tendência é diminuir os custos, pois eles são proporcionais. Não tenho dúvida que o crescimento do mercado vai trazer ainda mais competitividade ao etanol brasileiro. Quanto ao biocombustível para aviação, também acredito que o Brasil vai ser um grande player mundial num espaço maior ainda, de dez, quinze anos. Por que esse espaço? Porque há uma formação de um mercado global de biocombustível para aviação. Ele vai iniciar de forma não tão grande em 2027, se imagina com uma mistura de 2%, e depois esse índice vai crescendo. O Brasil, ao montar esse arcabouço de regras com o Combustível do Futuro, começa a participar do mercado em 2027, mas como somos um país que tem muito potencial de produção de matéria-prima e que tem muitas empresas com capacidade de investir e querem fazer isso. Se fizermos o dever de casa aprovando a lei e também implementando-a bem, teremos segurança para os investimentos. Na sua visão, quais são as principais barreiras para a adoção da transição energética em todo o mundo? O Brasil pode realmente ser protagonista nesse cenário?O Brasil já é protagonista nesse cenário. Um país que produz 85%, 86% de energia elétrica renovável, que é o segundo maior produtor de biocombustível do mundo, já é protagonista. Tanto é que Brasil, Estados Unidos e Índia lideram a aliança global para os biocombustíveis e o Brasil está sentado em todas as mesas redondas tratando de transição energética no mundo. Agora, precisamos tratar das principais desigualdades que temos a nível mundial, tanto a econômica, quanto a de entendimento e atitude. Tenho defendido abertamente que o G30, que são os 30 países mais industrializados do mundo, assumam a responsabilidade e acelerem o processo de transição energética e descarbonização, porque nós temos falado muito na transição energética para combustíveis, mas existem outras áreas. Temos a petroquímica, por exemplo, que é um setor que precisa ser analisado como vai

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Transformação digital e descarbonização esbarram em mudança cultural e financiamento

Especialistas destacaram desafios para implementar projetos inovadores e sustentáveis no Radar Pocket em Chapecó Evento reuniu empresários da região oeste para debater desafios para o futuro da indústria Os principais entraves para que as indústrias de Santa Catarina assumam um maior protagonismo na adoção de projetos e iniciativas que reduzam sua pegada de carbono e invistam na transformação digital são o acesso a recursos e a necessidade de uma mudança cultural em relação a inovação e novas tecnologias. A avaliação é dos palestrantes e painelistas que participaram do segundo evento da Jornada Radar Reinvenção, que a Federação das Indústrias de SC organizou na quinta-feira (13) em Chapecó. Para que todo o potencial da descarbonização e da transformação possa ser aproveitado pelas indústrias e convertido em mais eficiência, competitividade e otimização de recursos ambientais, é preciso mudar a mentalidade das pessoas. “Não basta mais fazer o que a legislação exige em termos de sustentabilidade. O empresário precisa atender a demandas legais e também dos clientes e da sociedade”, destacou Alceu Lorenzon, diretor da Alcaplas. O presidente da Master Agroindustrial, Mario Faccin, citou o exemplo da empresa, que até janeiro deste ano tinha ações de sustentabilidade esparsas e sem direcionamento. “Fizemos parceria com Senai para um diagnóstico das iniciativas e colocá-las dentro da metodologia, para incluir na jornada ESG da Master. Mais importante do que dizer como você faz, é contar como você faz, principalmente em uma atividade como a suinocultura, que era rotulada como problema ambiental”, afirmou Faccin. Para o consultor Paulo Herrmann, a produção agropecuária brasileira tem potencial para aumentar 40% nos próximos 30 anos. “Isso vai ter de acontecer de maneira diferente do que nos últimos 50 anos, de forma mais eficiente, mais intensiva e que poupe mais os recursos naturais”, salientou. Quando o assunto é transformação digital, a percepção é a mesma. “A transformação digital é na verdade uma transformação cultural. Precisamos formar talentos com novas habilidades e capacidades. Hoje, a mão de obra especializada é escassa e cara, praticamente inexistente quando se fala em inteligência artificial e ciência de dados, por exemplo. As empresas precisam de mudança sistêmica, que inclua estratégia, gestão e cultura”, explicou Andreia Dietrich, consultora da Ambidestra. Recursos A mudança cultural passa também por políticas públicas e pela maneira como as instituições financeiras pensam a concessão de crédito para projetos de inovação em sustentabilidade ou transformação digital. Isso passa por linhas de crédito mais adequadas à realidade dos pequenos negócios, por exemplo, e pelo maior volume de recursos disponíveis. Na avaliação da diretora de operações do Grupo Cetric, Loana Defaveri Fortes, o mercado financeiro poderia dar mais atenção a projetos de descarbonização, com linhas de crédito mais atrativas. Mas esse nem sempre é o principal entrave para o investimento, de acordo com ela. “Muitas vezes o empresário desiste por questões legais e demora burocrática, como licenciamentos ambientais.” O vice-presidente estratégico da Fiesc e presidente da Aurora Coop, Neivor Canton, destacou a importância de os investimentos serem tão sustentáveis como os projetos que financiam. “Empresário tem sempre a preocupação de que o que ele venha a fazer seja sustentável, sem excluir a questão econômica, fazendo avanços na medida em que o retorno seja dentro de padrões aceitáveis de payback, por isso o crédito é essencial”. Para o CEO da Neoliderança, Alex Marson, a viabilidade econômica para a transformação digital em negócios de todos os portes precisa ser contemplada. “Os pequenos e médios negócios precisam ficar atentos a editais para inovação com recursos não reembolsáveis”, destacou. O CEO da PPI-Multitask, do grupo Weg, Marcelo F. Pinto, destacou que, para muitas empresas, a única maneira de conseguir desenvolver o projeto é contando com linhas de fomento e com o apoio de institutos de inovação e pesquisa. Um exemplo disso é a parceria firmada entre a PPI com o SENAI para desenvolver novo produto para auxiliar as pequenas empresas nos seus primeiros passos na jornada da transformação digital. “Pequenos, médios e grandes negócios estão em momentos diferentes nessa jornada e mesmo em grandes empresas existem departamentos e áreas com realidades distintas. Precisamos identificar o ponto de partida, respeitando as maturidades e aí fazer um plano passo a passo para mudança de cultura que nos levam a abrir o olho para novas oportunidades,” destacou. Outro desafio a ser superado é a monetização de ativos como créditos de carbono. O consultor Paulo Herrmann explicou que o Brasil tem tecnologias de incorporação de carbono, mas não consegue monetizar esse ativo. “Somos o país que mais recicla embalagens plásticas de produtos químicos, mas isso não é contabilizado”, afirmou. Pedro Guilherme Kraus, CEO na Lux Carbon Standard, destacou que o carbono é um ativo financeiro, mas que para ser negociado precisa ter lastro. “A integridade dos créditos, a transparência e a segurança são essenciais para que os créditos de carbono tenham valor como ativos financeiros aptos a serem comercializados”, explicou.

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BNDES financia plano de inovação da Weg

Valor será de R$ 58 milhões Projeto prevê desenvolvimento de robô logístico e de sistemas de automação com tecnologia digital para Indústria 4.0 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento do Plano de Investimento em Inovação da Weg Drives e Controls (WDC), no valor de R$ 58 milhões. Aprovado no âmbito do Programa BNDES Mais Inovação, o plano da empresa busca investir no desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes, sustentáveis e digitais. Com investimento total de R$ 69,5 milhões, o plano de inovação da companhia catarinense compreende 45 projetos principais de inovação, divididos em cinco rotas tecnológicas, com cronogramas independentes e que ocorrerão concomitantemente. São elas: o desenvolvimento de robô logístico do tipo AMR (Autonomous Mobile Robot), para cargas de 500 quilos, utilizado na Indústria 4.0; o desenvolvimento de novos produtos ligados a Movimento & Controle (Motion & Control); o desenvolvimento de equipamentos voltados para sistemas críticos de energia, com foco em alto desempenho e eficiência energética, e o aprimoramento de sistemas de automação, com incorporação de tecnologias digitais, com redução total ou parcial de materiais não recicláveis. “Com o apoio do BNDES, um parceiro importante da indústria brasileira, estamos fortalecendo nosso compromisso com a transição energética e o progresso tecnológico no Brasil”, disse o diretor de finanças e relações com investidores da Weg, André Menegueti Salgueiro, por meio de nota. A operação aprovada pelo BNDES também prevê o desenvolvimento de tecnologias e produtos com menos impacto no meio ambiente. “O desenvolvimento de produtos e processos com maior eficiência energética reduzem as emissões de carbono e contribuem para que as empresas nacionais ampliem as exportações, gerando empregos e renda no Brasil”, explica o diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luís Gordon. A Weg é a quarta maior empresa da região e também a terceira maior de Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC Brasil.

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