Reconstrução da infraestrutura do RS custará até R$ 176 bilhões

Consultoria Bateleur também prevê que as enchentes frearão o avanço da economia gaúcha A extensão dos danos das cheias no Rio Grande do Sul ainda não foi totalmente contabilizada A recuperação da infraestrutura do Rio Grande do Sul após a catástrofe climática que afetou 90% dos municípios gaúchos custará entre R$ 110 bilhões e R$ 176 bilhões, segundo estimativas do relatório Macro Impactos Econômicos das Enchentes (veja o documento na integra ao final desta reportagem). Produzido pela consultoria Bateleur e apresentado à diretoria da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), o estudo considera parâmetros internacionais de eventos similares, incluindo o custo médio global de resposta a desastres naturais e uma estimativa de reconstrução com base na infraestrutura nacional e estadual. A projeção ultrapassa o prejuízo total registrado pelo Rio Grande do Sul nos últimos 30 anos, quando cerca de 20% dos danos nacionais com desastres climáticos (o equivalente a R$ 100 bilhões) estiveram concentrados no estado. Segundo o CEO da Bateleur, que também é vice-presidente e coordenador da divisão de economia da Federasul, Fernando Marchet, as enchentes irão frear o avanço da economia gaúcha. “O Rio Grande do Sul crescia acima da média do Brasil, com uma projeção de 4,32% para este ano. No entanto, após as chuvas, a estimativa é de uma queda acentuada de 0,77%”, destaca Marchet. “Pode parecer pouco, mas é uma retração de cinco pontos percentuais. Em um cenário pessimista, pode ser ainda pior, chegando a um encolhimento da economia ao redor de 2%”, complementa. O relatório traz um levantamento dos prejuízos no agronegócio, na agricultura, na pecuária, na indústria e no setor de serviços. “A falta de dados não permite uma análise mais consistente em alguns setores. Ainda há muitas respostas a serem dadas”, ressalta Marchet, enfatizando que a extensão dos danos ainda não foi totalmente contabilizada. Seu navegador não oferece suporte ao visualizador de PDF Baixe o arquivo PDF aqui

Reconstrução da infraestrutura do RS custará até R$ 176 bilhões Read More »

Articulação para incentivar o ensino técnico e valorizar o profissional

Acompanhe o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Técnico e Valorização do Profissional Técnico, na ALESP Quem esteve no Plenário José Bonifácio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) no dia 27 de maio de 2024, acompanhou mais um capítulo relevante do movimento dos técnicos, com o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Técnico e Valorização do Profissional Técnico, articulada pelo Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo (CRT-SP) com o compromisso e a coordenação da deputada estadual, Solange Freitas. “Quando tratamos de educação, estamos falando também do nosso futuro, pois o ensino técnico propicia opções e melhor qualidade de vida”, inicia a parlamentar, ressaltando a necessidade de união de forças para alcançar os objetivos propostos. “É muito importante um trabalho conjunto para conhecermos as prioridades e de que forma nós, no poder público, podemos estender a mão e ajudar”, complementa, salientando estar muito feliz ao ver tantas instituições apoiando a iniciativa. Integrante na mesa solene, o vereador Eliseu Gabriel ressaltou ser testemunha do empenho do presidente Gilberto Takao Sakamoto e dos demais diretores – vice-presidente, José Avelino Rosa; diretor administrativo, Welington Guilherme Rezende; diretor financeiro, Pedro Carlos Valcante; e diretor de fiscalização e normas, Rubens dos Santos – pelo reconhecimento e valorização dos técnicos perante a sociedade. “O CRT-SP potenciou essa luta e tem um papel muito forte junto às instituições de ensino e às prefeituras; e esperamos que o poder público reassuma seu protagonismo na questão do ensino técnico”, aponta, cobrando mais responsabilidade pública para oferecer cursos de qualidade. Das autoridades presentes, destaque para as ponderações do advogado, professor e desembargador aposentado, Henrique Nelson Calandra; presidente do Conselho Regional dos Técnicos em Radiologia de São Paulo (CRTR-5ª Região), Carmem Regina de Souza Franco; da professora e diretora do Centro de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão (CETEC) do Centro Paula Souza (CPS), Lucília Guerra; do superintendente do Conselho Regional de Química de São Paulo (CRQ – 4ª Região, Wagner Contrera; do vereador de São Manuel, representando os conselheiros regionais, Anizio Aparecido Josepetti; do pró-reitor de ensino no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Carlos Eduardo Procópio. Também se manifestaram o diretor administrativo do CRT-SP, Welington Guilherme Rezende; e o diretor do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), Valdivino Alves de Carvalho. E representando o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP), prestigiou o evento o supervisor de políticas educacionais, Rodrigo Veloso. Henrique Nelson Calandra “Eu fico muito feliz que a ALESP abra suas portas para abraçar o povo de São Paulo, e para dizer o que é importante para o Brasil.”   Carmem Regina de Souza Franco “A valorização do ensino técnico deve estar sempre em pauta e isso podemos  conseguir a partir desse encontro, pois são profissionais que movem a economia do estado e do país.”   Lucília Guerra “O CRT-SP sempre incentiva a formação técnica no estado e apoia os  profissionais formados por meio de várias iniciativas.”   Wagner Contrera “Reiteramos nosso apoio às iniciativas, e colocamos nossa equipe à disposição para trabalharmos juntos pela valorização da profissão técnica.”   Anizio Aparecido Josepetti “Que possamos, num futuro próximo, alavancar ainda mais o ensino técnico, em São Paulo e no Brasil inteiro.”   Carlos Eduardo Procópio “É compromisso de todos os partidos promoverem debates para construirmos um país cada vez melhor e mais envolvido com a potencialização da nossa indústria e soberania nacional.”   Welington Guilherme Rezende “Precisamos da política para defender o ensino técnico e o profissional, frente às dificuldades e barreiras que enfrentamos.”   Valdivino Alves de Carvalho “Valorização profissional é tudo que o técnico espera, e ele teve mais reconhecimento a partir da criação do Sistema CFT/CRTs.”   Entrevista e discurso do presidente – Numa clara demonstração de comprometimento do conselho em levar adiante, com o apoio dos envolvidos, os objetivos traçados, Gilberto Takao Sakamoto concedeu entrevista à TV ALESP e discursou por mais de dez minutos, começando com agradecimentos e finalizando com palavras de empenho coletivo para construir um legado às gerações futuras. “É importante a iniciativa do governo de incentivar o ensino técnico, mas precisamos de cursos de qualidade, com professores bem remunerados, laboratórios e oficinas equipadas para aulas práticas”, traz um trecho do discurso. Gilberto Takao Sakamoto: “Precisamos de cursos de qualidade, com professores bem remunerados, laboratórios e oficinas equipadas para aulas práticas” Ele também destacou o acordo de cooperação alinhado com o Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT SJC), local que abrigará o Espaço CRT-SP de Inovação num ambiente democrático de 170 metros quadrados, com o objetivo de capacitar técnicos por meio de cursos gratuitos presenciais e online, em parceria com entidades e empresas. “Queremos ensinar os técnicos a operarem, manusearem e programarem equipamentos com segurança; afinal, diminuir o índice de acidentes de trabalho é uma preocupação recorrente e necessita de atenção”, alerta, sinalizando também atenção especial aos alunos de escolas técnicas. “Vamos colaborar e incentivá-los a desenvolverem projetos que fomentem o setor técnico e tecnológico”, propaga. Assista, na íntegra, ao lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Técnico e Valorização do Profissional Técnico.   Giovani Cherini: esforços para comparecer ao evento, mesmo com o Rio Grande do Sul sofrendo com as enchentes Mesmo com as dificuldades enfrentadas no Rio Grande do Sul em decorrência das enchentes, Giovani Cherini fez questão de comparecer; infelizmente, não a tempo para compor a mesa solene. “Eu não poderia deixar de atender a um convite do presidente do CRT-SP, Gilberto Takao Sakamoto”, declarou o deputado federal, reconhecidamente um grande articulador, no Congresso Nacional, para a sanção presidencial da Lei nº 13.639/2018. Ele parabenizou os envolvidos pela iniciativa, relatou um pouco da histórica luta pela criação do Sistema CFT/CRTs, e colocou-se à disposição para conduzir, em âmbito federal, as discussões alinhadas na ALESP. Cumpre salientar que, em abril de 2023, Giovani Cherini encampou e presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Ensino Técnico e Profissionalizante – ou, Frente do Ensino Técnico –, com adesão de 201 deputados e seis senadores, para

Articulação para incentivar o ensino técnico e valorizar o profissional Read More »

Indústria gaúcha projeta cenário negativo para os próximos meses

Produção cresceu em abril, mas crise climática de maio torna expectativa pessimista Todos os índices de expectativas para os próximos seis meses caíram em virtude das fortes enchentes A sondagem industrial, divulgada nesta sexta-feira (31) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), revela duas informações que se opõem em relação à situação atual e as perspectivas para os próximos meses. Se por um lado a produção teve bom desempenho e cresceu em abril, alcançando 52 pontos, por outro o cenário positivo não deve permanecer, pois as expectativas dos empresários com relação à demanda, diante da calamidade climática, voltaram ao terreno negativo. “É claro que a situação de calamidade irá interferir de forma negativa no curto, médio e longo prazos. Ainda não sabemos quanto tempo precisaremos para nos recuperar e reerguer. Algumas indústrias perderam tudo”, declara Gilberto Petry, presidente da entidade. A pesquisa foi realizada entre 2 e 16 de maio, no período que as enchentes se intensificaram, com 161 empresas, sendo 33 pequenas, 60 médias e 68 grandes. Acima dos 50 pontos em abril, antes da crise que atingiu o estado, o índice de produção representou aumento em relação a março. Foi o terceiro avanço consecutivo, fato que não ocorria desde agosto de 2022, e bem acima da média histórica de 45,5 registradas em abril. Vale destacar que o efeito do calendário pode ter influenciado os resultados do mês: abril de 2024 contou com 22 dias úteis, dois a mais do que março e quatro a mais em relação a abril do ano passado. O desempenho positivo da produção não impediu, porém, que houvesse uma ligeira redução de postos de trabalho na passagem de março para abril, após dois meses de expansão. Mas o índice de emprego, em 49,6 pontos no quarto mês do ano, mostrou que a contração foi menos intensa que a esperada pela média histórica do mês (47,8). Valores abaixo de 50 pontos indicam queda do emprego frente ao mês anterior. O aumento da produção em abril foi acompanhado também da elevação da utilização da capacidade instalada (UCI), cujo nível no mês passado subiu para 71%, um ponto percentual a mais do que o anterior e 1,8 ponto percentual acima da média histórica do mês (69,2%). O índice de UCI em relação à usual, atingiu 44,2 pontos em abril, revelando, abaixo de 50 pontos, que os empresários consideraram o nível de UCI menor que o normal para o mês. Já os estoques de produtos finais cresceram pelo terceiro mês consecutivo e continuaram pouco acima do desejado pelas empresas em abril, conforme demonstrado, respectivamente, pelo índice de evolução mensal, em 51,9 pontos, e pelo índice de estoques em relação ao planejado, em 51,6, ambos acima da marca dos 50 pontos. Valores superiores a 50 indicam estoques além do planejado. Apesar do quadro favorável descrito pelos empresários para a atividade industrial no mês de abril, todos os índices de expectativas para os próximos seis meses caíram abaixo de 50 pontos na pesquisa realizada em maio, em virtude das fortes enchentes. As perspectivas dos empresários para a demanda passaram de crescimento em abril (54,7 pontos) para queda em maio (49,2), o mesmo ocorrendo com as exportações (de 50,3 para 48,2 pontos) e com as compras de matérias-primas (de 52,2 para 47,9). Acima de 50 pontos denotam perspectivas de aumento e, abaixo, de redução. Para o emprego, as expectativas, que já vinham negativas em abril (49,5 pontos), pioraram, caindo para 46,3 pontos. O retorno do pessimismo ao setor foi acompanhado pelo índice de intenção de investir da indústria gaúcha: recuou de 52,5, em abril, para 50,3 pontos, em maio, ficando abaixo da média histórica de 51,4. Quanto maior o valor, maior e mais disseminada é a disposição de investir entre as empresas. Em maio, 52,2% estão dispostas a realizar investimentos nos seis meses seguintes, uma queda em relação a abril (eram 55,7% no mês anterior).

Indústria gaúcha projeta cenário negativo para os próximos meses Read More »

Nova lei para indústria deve gerar R$ 20 bilhões em investimentos

Modernização do parque industrial do país era demanda antiga do setor Com a depreciação prevista na nova lei, o abatimento do valor das máquinas adquiridas até 2025 poderá ser feito em apenas duas etapas A nova lei para a modernização do parque industrial do país, também conhecida como lei para a depreciação acelerada, deverá alavancar investimentos de R$ 20 bilhões, estima a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “Essa é uma demanda antiga do setor. Será muito bom porque você acaba dando competitividade para quem investe, você está abatendo Imposto de Renda, antecipando a restituição de Imposto de Renda. De alguma forma, você garante fluxo de caixa para as empresas, isso é bastante positivo e deve influenciar nas decisões de investimentos”, destacou a diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, em entrevista coletiva. A depreciação acelerada é um mecanismo que funciona como antecipação de receita para as empresas. Quando um bem de capital é adquirido, a indústria pode abater seu valor nas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em condições normais, esse abatimento é gradual, feito em até 25 anos, conforme o bem vai se depreciando. Com a depreciação prevista na nova lei, o abatimento do valor das máquinas adquiridas até 2025 poderá ser feito em apenas duas etapas: 50% no ano em que ele for instalado ou entrar em operação e 50% no ano seguinte. O programa destinará, inicialmente, R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos. “Uma crítica que a gente faz é que o recurso acabou sendo pouco, o que deve alavancar um número ao redor de R$ 20 bilhões em investimentos. A gente gostaria que fosse até mais, dada a necessidade que o país tem. Esperamos agora que o governo divulgue logo a regulamentação para a gente saber quais serão os setores mais beneficiados”, acrescentou Cristina. Enchentes no Rio Grande do Sul A Abimaq estimou ainda que as enchentes no Rio Grande do Sul deverão derrubar em até 5% as vendas nacionais do setor. O estado é responsável por 10% de toda a comercialização de máquinas e equipamentos no país e, localmente, deverá sofrer um recuo de até 50% nas vendas dos produtos. “A gente não tem calculado ainda exatamente qual vai ser [o impacto das enchentes], vai depender muito [de] quais as iniciativas no Plano Safra agora que o governo federal faria especificamente para o Rio Grande do Sul”, disse o presidente da câmara setorial de máquinas e implementos agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão. De acordo com a entidade, os alagamentos afetaram cerca de 140 mil agricultores, principalmente da região leste do estado. “A gente esperava que seria uma queda de 5%. Como o governo está fazendo alguma coisa, a gente entende que isso seja um pouco mitigado”, ressalvou Estevão. Balanço de abril Segundo a Abimaq, o setor de máquinas e equipamentos vendeu em abril R$ 18,4 bilhões, valor 20,1% inferior ao do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o montante, até abril, está em R$ 74,9 bilhões, 21,2% abaixo do mesmo período de 2023.De acordo com a Abimaq, as quedas estão associadas à seca, que atingiu boa parte do país no início do ano, aos juros altos e à queda no preço das commodities. A entidade alterou ainda a projeção para o fechamento do ano: queda de 7% nas receitas. Anteriormente a estimativa era de alta de 0,6%. Com ABR

Nova lei para indústria deve gerar R$ 20 bilhões em investimentos Read More »

Indústria gaúcha considera medidas do governo importantes, mas ainda insuficientes

Fiergs pede mais agilidade na liberação de recursos Outro fator que preocupa a Fiergs é a demora na implementação das medidas de crédito do Pronampe anunciadas nas últimas semanas, em razão da necessidade urgente de recursos para que as empresas possam manter suas operações O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, considera importantes para a retomada da indústria as medidas de apoio ao setor produtivo anunciadas pelo governo federal, mas elas ainda são insuficientes devido ao tamanho das dificuldades que as empresas enfrentam. “As linhas de financiamento anunciadas, com montante de até R$ 15 bilhões, abrangendo empresas de todos os portes é de suma importância. As grandes empresas, que não tinham medidas que as contemplassem até então, são geradoras de emprego e renda, bem como fazem girar as cadeias produtivas, demandando de empresas menores. Porém, dada a situação crítica do setor produtivo, o ideal seriam recursos a juro zero ou negativo”, evoca Petry. Ele reconhece que as taxas anunciadas, sendo de 1% ao ano para a compra de máquinas e equipamentos e para o financiamento de empreendimentos, assim como 4% ao ano para capital de giro de pequenas e médias empresas e 6% para grandes empresas, são taxas abaixo das praticadas no mercado. Contudo, ele destaca a necessidade de celeridade por parte do Governo Federal para destinar esse recurso ao BNDES, e por parte do BNDES, em regulamentar as condições e procedimentos operacionais para que os agentes financeiros possam acessar as linhas. Outro fator que preocupa a Fiergs é a demora na implementação das medidas de crédito do Pronampe anunciadas nas últimas semanas, em razão da necessidade urgente de recursos para que as empresas possam manter suas operações. “A lentidão na regulamentação para operacionalização das novas linhas de crédito pelos principais bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, aumenta a incerteza, especialmente em um cenário econômico volátil”, afirma Petry. De acordo com ele, a operacionalização das linhas via cooperativas é positiva, pois aumenta a capilaridade na distribuição dos recursos. Entretanto, a implementação lenta das medidas já anunciadas anteriormente e a dependência dos grandes bancos públicos para a distribuição dos fundos alimentam a apreensão. “Qualquer atraso devido à burocracia pode comprometer a eficácia das medidas e retardar a recuperação econômica de regiões afetadas e do Rio Grande do Sul. Nesse momento, a necessidade das empresas é de que as linhas possam ser operadas imediatamente”, enfatiza, lembrando que também é crucial a reconstrução imediata de rodovias, estradas e pontes para facilitação do fluxo comercial e recuperação da economia. Por fim, a ausência nos anúncios de medidas emergenciais de manutenção do emprego, como por exemplo o Benefício Emergencial (BEm) e o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), representa um risco significativo para a recuperação das empresas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e para a manutenção dos postos de trabalho. A implementação imediata do BEm e medidas de suspensão temporária do contrato de trabalho são essenciais para fornecer alívio imediato às empresas e aos trabalhadores, avalia a entidade. Como exemplo, durante os anos de 2020 e 2021, foram celebrados 1,4 milhão de acordos no âmbito do Benefício Emergencial no Rio Grande do Sul, o que representou uma proteção para 756 mil trabalhadores. “É imperativo que o governo reative esses mecanismos que garantem flexibilidade tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. Essas medidas permitem que as empresas reduzam temporariamente suas despesas com pessoal, enquanto os trabalhadores mantêm seus vínculos empregatícios e têm a segurança de retorno ao trabalho após a crise passar. Essas ações não apenas ajudam a preservar os empregos e a estabilidade econômica das empresas, mas também contribuem para a recuperação mais rápida e eficaz da região afetada”, conclui Petry.

Indústria gaúcha considera medidas do governo importantes, mas ainda insuficientes Read More »

Governo anuncia R$ 15 bilhões para empresas do Rio Grande do Sul

Valor poderá ser utilizado em três linhas de financiamento Medida Provisória disponibiliza recursos para abertura de crédito em locais atingidos por calamidades públicas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quarta-feira (29), em Brasília, Medida Provisória (MP) para ampliar o escopo do Fundo Social e disponibilizar recursos para abertura de crédito em locais atingidos por calamidades públicas. Com isso, até R$ 15 bilhões poderão ser utilizados em financiamentos para empresas de todos os portes do Rio Grande do Sul, que enfrenta a maior tragédia climática de sua história com chuvas, alagamentos e mortes. A MP autoriza a utilização do superávit financeiro do Fundo Social para disponibilização de linhas de financiamento a pessoas físicas e jurídicas localizadas em entes federativos em estado de calamidades públicas. O fundo reúne recursos gerados pela exploração de petróleo no pré-sal. A operacionalização do crédito será feita em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Os R$ 15 bilhões do Fundo Social poderão ser utilizados em três linhas de financiamento. A primeira é para compra de máquinas, equipamentos e serviços, com juros de 1% ao ano mais o spread bancário [diferença entre taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a cobrada dos clientes], com prazo de até 60 meses e 12 meses de carência. A segunda deverá financiar projetos customizados, incluindo obras de construção civil, com a mesma taxa de juros e spread e prazo de pagamento de até 120 meses com carência de 24 meses. O limite por operação desses créditos é de R$ 300 milhões. A terceira linha será para ajudar no capital de giro emergencial das empresas, com custo base de 4% ao ano para micro, pequenas e médias empresas (MPME) e de 6% ao ano para grandes empresas mais spread bancário. O prazo será de até 60 meses com carência de 12 meses. O limite por operação é de R$ 50 milhões MPME e R$ 400 milhões para empresa de grande porte. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, destacou que as empresas beneficiadas com as novas linhas de financiamento deverão manter o compromisso com o nível de emprego. “Estamos fazendo um esforço conjunto aqui. É preciso envolver o estado, as empresas e os trabalhadores dessas empresas para que a gente tenha uma redução ao máximo do impacto no Rio Grande do Sul”, declarou. “Estamos falando de uma linha [de crédito], de fato, muito barata”, destacou. Segundo Durigan, foi convocada para semana que vem uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) para detalhamento e aprovação da medida para que essa linha esteja disponível o mais breve possível para as empresas e para os agricultores do Rio Grande do Sul. Crédito Além das novas linhas de financiamento, Durigan anunciou que as cooperativas de crédito passarão a operar no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para oferta de crédito subvencionado a pequenas e médias empresas urbanas dos setores industrial, comércio e serviços. Até então, as cooperativas estavam operando apenas o crédito rural. “Estamos fazendo um ajuste, também via medida provisória, para que as cooperativas que tenham relacionamento capilarizado no Rio Grande do Sul com as empresas também possam operar o Pronampe para as empresas médias e pequenas das cidades dos vários setores. Isso garante que o nosso objetivo central seja alcançado, disponibilizando ajuda e crédito de imediato”, relatou o secretário-executivo. A terceira medida anunciada pelo Ministério da Fazenda é um aporte adicional de R$ 600 milhões no Fundo de Garantia de Operações (FGO) para garantia de operações de crédito rural para pequenos e médios agricultores. Segundo Durigan, agricultores familiares gaúchos atingidos mais de uma vez por eventos extremos das mudanças climáticas estão com dificuldade de acessar as linhas já subsidiadas e “muito baratas” do Pronampe Rural e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Com esse aporte adicional no FGO, que é esse fundo de garantia, além do recurso disponibilizado para os agricultores, para setor rural, o governo também se compromete com as garantias. Portanto, fazendo reduzir o risco para os bancos que estão operando e fazendo chegar crédito barato mesmo para o agricultor que está sofrendo por reiteradas vezes com as mudanças climáticas”, explicou. Pesquisa e inovação Durante o evento com o presidente Lula, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também anunciou uma linha de crédito, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para empresas de inovação que foram financiadas por projeto da Embrapii, BNDES, Lei do Bem ou da própria Finep nos últimos dez anos. Serão disponibilizados até R$ 1,5 bilhão, com cobrança da taxa TR+5%, via operadores, como as cooperativas de crédito, Banrisul e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Metade dos recursos será para micro, pequenas e médias empresas e até 40% do empréstimo poderão ser utilizados em capital de giro associado aos investimentos em infraestrutura de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Além disso, a Finep também lançará edital de R$ 50 milhões para reparos emergenciais de equipamentos de centros de pesquisa que foram danificados com as enchentes e edital de R$ 15 milhões para equipamentos pessoais de pesquisadores. Com ABR

Governo anuncia R$ 15 bilhões para empresas do Rio Grande do Sul Read More »